sábado, 1 de maio de 2010

É isto.

"De vez em quando acho que só se conhece uma pessoa depois do devido afastamento. Até lá ela é unicamente o reflexo do que nos provoca, inspira e atiça. Não somos - de todo - racionais e lúcidos quando num relacionamento (seja ele qual for) e a nossa preocupação em agradar/conhecer/moldar/aproximar/amar faz com que a coisa tenha pouco discernimento. As pessoas não mudam, muda a maneira como a vemos depois da visão deixar de ficar turva, de ficar nublada com os sentimentos com os quais a vestimos. é tão fácil vestir alguém com os sentimentos que gostaríamos que ela tivesse mesmo que não lhe fique bem, queremos lá saber. Quero lá saber que calces o 46, tenho este par 36 que, com jeitinho vai lá. Não vai, nunca vai, magoa quem o calça e atordoa quem obriga a tal sacrifício. Depois, quando vemos a pessoa afastar-se é que entendemos que, porra, tinha pata grande e nunca na vida podia encaixar naquele sapatito."

(escrito por Margarida no Sem Filtro)

Sem comentários:

Enviar um comentário