não foi a primeira vez que dei o beneficio da dúvida à companhia nacional de bailado. juro que até os vou ver com a mente bastante aberta. mas o resultado é sempre o mesmo, absoluta desilusão.
a coreografia não faz sentido nenhum, não há qualquer troca de informação, seja ela conceptual, artística, emocional, ou simplesmente visual entre os bailarinos e o espectador, não há coordenação nenhuma entre os bailarinos, parece que estão todos ali a arrastar-se e a fazer um frete a toda a gente e há ali muito pouca técnica, suspeito eu resultado de alguma falta de treino. não têm expressão nenhuma no rosto, estão sempre muito zangados com a vida e de olhar posto num infinito longínquo. as coreografias são sempre deprimentes. não ali alegria nenhuma.
mas pior de tudo, é o facto de haver ali total ausência de dança. atiram muito os braços e as pernas, arrastam-se de um lado para o outro, empurram-se todos uns aos outros, batem-se muito, caem muito ao chão, e pronto. não há ali beleza de movimento nenhuma. não há ligação nenhuma entre a música e os movimentos, o corpo dos bailarinos não fala connosco, ou pelo menos comigo foi silêncio absoluto.
é uma coreografia que não nos agarra. às tantas damos por nós a olhar para o relógio a contar o tempo que falta para acabar e a pensar no que é que vamos fazer para o jantar do dia seguinte. ou seja, ficamos aborrecidos. e a dança é tudo menos isso.
se tivesse pago bilhete não tinha saído a meio. mas agora, depois de ter estado quase duas horas à espera que aquilo começasse de forma a garantir um bom lugar, ficar ali a aguentar aquela purga até ao fim, às tantas da noite, pareceu-me um sacrifício inglório, para mim.
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